Flávia Alves promete criar centro de diagnóstico para pessoas neuroatípicas em São Luís e critica a gestão do contrato com as empresas de ônibus

  • 16/09/2024
(Foto: Reprodução)
Candidata do Solidariedade também falou sobre educação, combate às cracolândias, dentre outros temas. Confira a entrevista na íntegra. Flávia Alves, em entrevista ao Bom Dia Mirante Reprodução/TV Mirante O Bom Dia Mirante realiza entrevistas com os candidatos à Prefeitura de São Luís. Nesta segunda-feira (16), a entrevistada foi Flávia Alves, do Solidariedade. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maranhão no WhatsApp Flávia tem 42 anos, é natural de São Luís, e possui formação como advogada e pedagoga, além de mestre em Desenvolvimento Regional e especialista em Direito Ambiental e Constitucional. Já foi conselheira do Conselho Nacional de Meio Ambiente e assessora de planejamento ambiental e urbano na Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento do Maranhão, além de chefe da assessoria jurídica da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de São Luís. Em 2023, foi superintendente no Maranhão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e, atualmente, é presidente estadual do Solidariedade. Durante a entrevista a Clóvis Cabalau, Vanessa Fonseca e Carla Lima, a candidata falou sobre saúde, transporte público, educação, dentre outros temas. Confira abaixo a entrevista em vídeo e em texto: Flávia Alves, candidata a prefeita de São Luís, é entrevistada no Bom Dia Mirante Pergunta: O seu programa de governo fala em agenda transversal entre as secretarias. O que é exatamente isso? - Bom, a ideia é colocar em prática o que a gestão pública deve estar fazendo há muito tempo, que é conversar entre as secretarias para que a gente não tenha que ter uma estrutura tão ampla de várias secretarias para articular uma secretaria a outra. Na verdade, as pautas têm que ser articuladas. Então, toda a ação que o município fizer voltada à saúde tem que estar inserida nas demais pautas transversais, que é o meio ambiente, educação. Educação para a saúde é muito importante, então é um agenda que evita o inchamento da máquina administrativa, compondo os elementos de administração dentro dos programas públicos. Então a ideia é reduzir o tamanho da máquina. A ideia é enxugar aquelas secretarias que não têm uma atividade fim, aquelas que são apenas secretarias que dão suportes às demais secretarias. Pergunta: Candidata, a senhora propõe a criação de um centro de diagnóstico, tratamento, acompanhamento das condições neuroatípicas. A gente vê na realidade, por exemplo, da educação, a dificuldade que tem até de colocar um profissional para acompanhar estudantes com condições neurotípicas. Como seria a criação desse centro e pode ter algum tipo de relação com a educação também? - Sem dúvida, a ideia do centro é que o diagnóstico ele seja tanto precoce, que dá um suporte muito grande para a educação, como também atender os adultos em condições neurotípicas, porque muitas vezes as crianças são diagnosticadas dentro da escola e ali dentro ela consegue algum suporte, ainda que mínimo. Mas quando a pessoa é adulta e não é diagnosticada na infância, ela fica sem suporte, sem terapia, sem acompanhamento. Então a ideia desse centro é ser mais amplo, é levar tanto crianças para o tratamento e acompanhamento, como adultos, e também ser uma porta de entrada para os treinamentos dos profissionais. O grande problema é que nós temos mesmo poucos profissionais especializados tanto na educação, como na saúde atípica. Então, a gente tendo um centro em São Luís, a gente tem uma base de treinamento; de lá que os profissionais vão ser encaminhados também para a educação, que acontece o primeiro diagnóstico. Então a grande alternativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas em condições atípicas é que lá na creche, lá na educação infantil, elas tenham profissionais qualificados para isso. Pergunta: Candidata, sabemos dos problemas do transporte público aqui de São Luís e um dos pontos é o número de gratuidade. Esse é um dos argumentos dos empresários sobre os problemas do sistema. A senhora propõe uma nova gratuidade, que é para mulheres grávidas. Como se pode garantir esse benefício? - Primeiro que, de fato, eu não entendo que o problema do transporte público está na quantidade de gratuidade. Entendo que o problema está na gestão do contrato feito com as empresas que prestam o serviço. A gratuidade é excepcional, principalmente no caso da mulher grávida. A mulher não passa o período todo da sua vida grávida. Sou, inclusive, também a favor da gratuidade, passe livre, para os estudantes. Ou seja, não entendo que o grande problema está em dar gratuidades. O grande problema está em como essa gestão acontece, como esse contrato é executado, e o principal: a questão da qualidade do transporte coletivo é uma questão de qualidade de vida para as pessoas que andam no transporte coletivo. Não é uma questão que a gente deve enfrentar sobre o ponto de vista do empresário dono de empresas de ônibus. Entendo que sim, a mulher precisa para garantir a qualidade de vida da mulher no período da gestação. Inclusive, nós temos um programa de atendimento à mulher desde o período de planejamento familiar, passando pelo pré-natal, indo ao pós-parto e chegando na creche, que é quando a criança vai poder ir para a escola para a mulher voltar para o mercado de trabalho. Eu vi agora a pouco dados de mais de 50 feminicídios em um ano, no Maranhão, e a gente nem concluiu o ano ainda. Se a criança estiver na creche, mulher está livre, mulher está livre economicamente e evita esse problema da violência. Então sim, sou favorável e tenho caminho para fazer. Pergunta: Candidata, existe um problema na nossa cidade que não é muito a agenda comum na administração pública, que é o combate a drogas, as cracolândias, que a gente tem vários pontos aqui na capital. A senhora sendo eleita, isso vai entrar na sua pauta administrativa? - Sim. A ideia é fazer uma busca ativa das pessoas em situação de vulnerabilidade. O que é isso? É a gente buscar, catalogar, identificar onde essas pessoas estão e aí onde estão as cracolândias. Às vezes as cracolândias são móveis, a polícia tira daqui, mas ela vai encontrar um outro espaço para habitar na cidade. Encontrar não só os espaços, mas as pessoas individualmente e oferecer para ela os serviços públicos, que inclusive muitos existem, do governo federal, voltado para o atendimento dessa população, mas a sociedade não conhece essas pessoas, elas são invisíveis, apesar de a gente encontrar com elas todos os dias. Então, nosso plano é buscar ativamente as pessoas que estão nesse estado e atendê-las com os serviços públicos que já existem e que a gente vai incrementar, principalmente voltados à saúde pública. Pergunta: Candidata, falar um pouco mais sobre educação. A senhora propõe um sistema mais eficaz de matrícula e rematrícula online. A senhora acredita que isso possa resolver a falta de vagas para muitos estudantes ou existem outros problemas a serem resolvidos? - A questão da matrícula em si, das vagas, ela é só mais um problema dessa questão, de como se chegar na vaga de uma forma igual para todos, sem precisar pedir um apoio político para se realizar matrículas. Mas o principal é ter vaga para todo mundo. A gente sabe que a rede municipal de São Luís precisa das escolas comunitárias para sobreviver com relação a vagas. Escolas comunitárias, em regra, são apoiadas politicamente. Então, se ela tem um veio político que liga com a atual gestão, ela tem apoio, se não, ela perde o apoio. Então o problema de vaga não está exclusivamente na matrícula, está na existência da própria vaga. O que eu proponho é a implementação de escolas de tempo integral. Existe recurso para isso, para atender toda a demanda da educação infantil, se assim os pais quiserem. Se não quiserem também, pode usar o meio período, e que essas escolas tenham contraturnos para atingir déficit educacional. O déficit que tem de competência de matemática e português, que está claro que existe na rede pública, e que ele também precisa ser resolvido. Então vaga é um problema que está sim na matrícula, para que ela seja mais igual a todos, e a gente pode resolver, e está na falta de vagas. Pergunta: As escolas em tempo integral, todas as escolas poderiam ser incluídas nesse sistema e como é que elas funcionariam na prática? Como ter tudo e contraturno em um sistema que já falta vaga? - Primeiro a gente precisa construir mais escolas e, de fato, o governo federal tem oferecido recursos. Hoje tem uma portaria aberta, portaria 777 de 2024, que oferece recursos para a implementação de novas escolas e aí a matemática tem que ser essa mesmo. Implementando novas escolas se abre mais vagas. Quanto a questão de turno/contraturno e tempo para que as vagas, espaço físico para as crianças estejam em período integral na escola. O espaço de sala de aula não é o único espaço para criança em sala de aula. Ela tem que estar no turno em sala de aula, na sala tradicional, com o professor, com a lousa tecnológica, e no segundo turno, seja período integral ou contraturno, existem inúmeros ambientes na escola que podem contemplar com muita qualidade a criança lá. Existem os espaços de biblioteca, os espaços de pátio, e os espaços de esporte. Então isso é um gerenciamento, é colocar como prioridade. Se um grupo de crianças ocupa de manhã a sala de aula, o mesmo grupo à tarde ocupa outro ambiente da escola, e a escola boa tem tudo isso, tem biblioteca, tem espaço de esporte, tem áreas de convivência, dá para fazer isso nas escolas públicas porque isso acontece nas escolas particulares. Não é possível que a gente aceite que seja diferente para filhos de ricos e pobres. Pergunta: Candidata, a senhora fala num plano diretor de mobilidade. Exatamente como isso vai funcionar na prática, caso a senhora seja eleita? - Ele prevê a reestruturação, a análise de onde estão as paradas de ônibus, onde estão as faixas de pedestre, onde se conectam as pessoas entre o transporte. Então a ideia é melhorar a qualidade de vida com o transporte que já existe, incluindo um novo modal. Ou seja, vamos discutir paradas, vamos discutir as rotas de ônibus com a população através de audiências públicas e uma participação efetiva da população; e vamos construir esse plano. Colocar o plano em prática com os ônibus que existem hoje, desde que eles sejam dentro do contrato que foi combinado com a prefeitura entre os empresários de transporte. Aí sim as pessoas vão ter o direito de ir e vir com qualidade. Vinte segundos para suas considerações finais Então eu queria agradecer a oportunidade de estar aqui e dizer que eu sou a Flávia Alves, 77, a única mulher nessa disputa, e que a minha proposta é fazer o básico bem feito. É cuidar da saúde com educação, com qualidade. Cuidar de São Luís com responsabilidade através do que precisa ser feito para melhorar essa cidade.

FONTE: https://g1.globo.com/ma/maranhao/eleicoes/2024/noticia/2024/09/16/flavia-alves-promete-criar-centro-de-diagnostico-para-pessoas-neuroatipicas-em-sao-luis-e-critica-a-gestao-do-contrato-com-as-empresas-de-onibus.ghtml


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